Pesquisador coreano comenta viagem do secretário-geral da OTAN à Ásia
Pyongyang, 30 de Janeiro (ACNC) — O pesquisador da Associação de Estudos de Políticas Internacionais, Kim Tong Myong, tornou público no dia 29 um artigo intitulado “Será para instigar a fundação da ‘OTAN asiática’ a viagem do secretário-geral da OTAN?”.
O texto integral do artigo segue:
Conforme reportado, o secretário-geral da OTAN empreendeu viagem à Coreia do Sul e ao Japão.
Aumenta a preocupação essa visita da alta autoridade do bloco militar, que converteu o território ucraniano no campo de guerra através de agentes, à região Ásia-Pacífico do hemisfério oriental que não faz parte de seu teatro operacional.
É um fato bem conhecido que, há muito tempo, a OTAN vem tentando obstinadamente ampliar sua zona de influência, limitada à defesa da Europa, para a região Ásia-Pacífico que chegou a ser o centro estratégico do mundo.
Falando da rejeição à “mudança de fenômeno pela força”, a OTAN desenvolveu exercícios militares bilaterais e multilaterais sob diversos rótulos mobilizando os porta-aviões, caças e outras forças armadas dos países membros.
Por outro lado, pretende estender suas garras à região Ásia-Pacífico com o método de ampliar e estreitar a cooperação com as alianças exclusivas de segurança como “AUKUS”, “QUAD” e “Cinco Olhos”.
Sobretudo, nos últimos anos, tem dado mais incentivo do que nunca ao fortalecimento de relações bilaterais com a Coreia do Sul e o Japão, considerando-os como elos chaves para realizar sua ambição hegemônica.
Comprovam-no as visitas à Coreia do Sul e ao Japão realizadas em abril e junho do ano passado, respectivamente, pelo presidente da comissão militar da OTAN para debater o tema de estreitar os laços de sócios e a cooperação militar, e a participação pela primeira vez na história dessas partes asiáticas na Cúpula da OTAN, realizada no final de junho em Madri, Espanha.
Entretanto, em maio do ano passado, a OTAN admitiu a Coreia do Sul como membro pleno do centro de cooperação de defesa cibernética, ligado à mesma organização, e em outubro, despachou para lá a delegação de sua assembleia parlamentar para discutir o fortalecimento da colaboração bilateral.
A Coreia do Sul assinou com a Polônia, país membro da OTAN, o contrato de venda de tanques pesados, canhões autopropulsados, aviões e outros armamentos avaliados em dezenas de bilhões de dólares enquanto o Japão concordou com Inglaterra e Itália o desenvolvimento conjunto do caça de nova geração, fato que deixa saber a que grau chega a intenção maligna da OTAN de utilizá-los como instrumentos para ampliar sua influência.
É muito evidente o objetivo com que a OTAN estende abertamente sua mão para a Coreia do Sul e o Japão, se se levar em conta que, no ano passado, qualificou a Rússia como “ameaça mais grave e direta” e a China como “desafio sistemático” em sua nova “concepção estratégica”.
A OTAN, liderada pelos EUA, aspira em geral a criar em contusão com as forças seguidoras sua “versão asiática” a serviço de sua posição hegemônica e manutenção de ordem.
É muito natural que, ao ver o atual comportamento preocupante da OTAN, os países regionais insistam em que este bloco pretende reproduzir o método de enfrentamento coletivo, já usado na Europa, também na região Ásia-Pacífico e advertissem à Coreia do Sul e ao Japão que não introduzam as forças da OTAN na mesma região.
Está claro que o secretário-geral da OTAN, chegado à Coreia do Sul e ao Japão quando o incidente Ucraniano se encontra em um novo momento crítico devido à decisão dos EUA e do Ocidente sobre o fornecimento de tanques, ressaltará reiteradamente àquelas partes asiáticas a necessidade da fundação da “OTAN asiática” usando como pretexto o rumor da “ameaça proveniente da China” e os repreenderá e pressionará fortemente pela passividade na ajuda militar à Ucrânia.
É uma questão de tempo a aparição na frente ucraniana dos armamentos sul-coreanos e japoneses que serão entregues à OTAN.
A Coreia do Sul e o Japão, que tentam tirar proveito de trazer o intruso à região, devem ter em mente que estão se aproximando mais da extrema crise de segurança, longe de aliviar a inquietação da mesma.
Nada de bom acontecerá se chegarem à região as botas da OTAN, sinônimo da guerra e do confronto.
A visita à Ásia de sua alta figura é o prelúdio da guerra que busca a nuvem da “nova guerra fria” na região Ásia-Pacífico.
Os países regionais e a sociedade internacional terão que elevar ao máximo a vigilância sobre a aproximação da OTAN à Ásia-Pacífico.