O que a Cúpula Japão-França trará para a região Ásia-Pacífico?
Pyongyang, 13 de janeiro (ACNC) — O pesquisador da Associação de Estudos de Políticas Internacionais, Kim Tong Myong, publicou em 12 de janeiro um artigo intitulado “O que a Cúpula Japão-França trará para a região Ásia-Pacífico”?
O texto segue na íntegra:
No dia 9, o primeiro-ministro japonês Kishida chegou à França na primeira etapa de sua viagem aos países membros do G-7 e realizou uma cúpula com o presidente Macron.
Explicando na ocasião o propósito e o objetivo da nova estratégia de segurança nacional, apresentada em dezembro do ano passado sob o pretexto da “ameaça” vinda dos países vizinhos, ele elogiou a França como um “parceiro importante e indispensável para converter o Indo-Pacífico na livre e aberta”.
E insistiu em promover de forma sustentada uma colaboração substancial, incluindo exercícios militares conjuntos com o país europeu, uma vez que a segurança da Europa e do Indo-Pacífico são “inseparáveis”.
Assim, foi confirmado que o objetivo da atual viagem de Kishida é obter o apoio dos países membros do G-7 para a nova estratégia de segurança nacional, que consiste principalmente no ataque preventivo e aumento de gastos militares.
Em seu conteúdo e caráter, a estratégia em questão é um roteiro de confronto em que a política vigente de “defesa exclusiva” se transformou na de ataque preventivo e guerra.
A sociedade internacional avalia que ao tomar a decisão de possuir “capacidade de contra-atacar a base inimiga”, o país insular retirou sua máscara de “Estado pacífico”.
Como a preocupação e o veto dos países vizinhos à referida estratégia do Japão crescem a cada dia, ele recorre às viagens internacionais para solicitar o apoio de países que compartilham da mesma “concepção de valor”.
O problemático é que alguns países ocidentais estão trazendo instabilidade para a região da Ásia-Pacífico ao se juntar ao movimento do Japão que tenta se tornar uma potência militar.
O ponto mais perigoso é que todos os destinos de Kishida são países membros da OTAN.
Na Cúpula realizada em junho do ano passado, os principais membros da OTAN, como EUA, Grã-Bretanha e França, endossaram a nova “concepção estratégica”, cujo objetivo principal é manter a China sob controle, alertando contra seu “desafio sistemático às regiões relacionadas à segurança da aliança”.
É bem sabido pelo mundo que a OTAN causou a escalada de tensão no Ásia-Pacífico ao divulgar seu plano de colocar muito mais navios de guerra nesta região e participar com mais entusiasmo de exercícios militares com seus aliados.
No caso da França, em setembro do ano passado, despachou uma esquadrilha de aviação para a região do Pacífico para o treinamento aéreo conjunto, patrocinado pelos EUA, sob o pretexto de demonstrar a capacidade de suas forças aéreas do território nacional para o Pacífico do Sul.
Pressionar a China em todos os sentidos, ao justificar o avanço à região Ásia-Pacífico sob diferentes pretextos e ampliar constantemente as influências sobre ela – eis aqui a sinistra intenção da OTAN de estender suas garras para a mesma região.
Isso é confirmado pelo falatório sobre o problema de Taiwan, um assunto interno da China, tido na recente cúpula Japão-França sobre a “mudança unilateral do fenômeno” nos mares Leste e Sul da China.
A conduta do Japão, que cumpre o papel de guia na introdução da OTAN, resquício da Guerra Fria, no Ásia-Pacífico e o comportamento da OTAN de se intrometer nos assuntos desta região, semeiam o pomo da discórdia nesta região onde já estão emaranhados os interesses no tema da história e do território, etc..
Claramente, eles estão fazendo a escolha errada.
A região Ásia-Pacífico não é a do passado, e os países da região estão observando rigorosamente os últimos movimentos preocupantes do Japão e das forças estrangeiras.
A visita de Kishida ao exterior não produzirá outro resultado além de preocupações com a segurança no Ásia-Pacífico.